Atelier of Witch Hat: o mangá ideal para novos leitores

Atelier of Witch Hat

Histórias de bruxos, magias e feitiçaria não são novidade na literatura direcionada ao público juvenil. A saga do jovem que se descobre herdeiro de bruxos, filho de um ser poderoso, ou dono de poderes especiais é o ponto de virada principal em muitas sagas e com Atelier of Witch Hat não é diferente.

O ponto alto – e talvez o seu maior diferencial – do mangá  Atelier of Witch Hat é a junção de fatores que aliam beleza, criatividade, ritmo de leitura e um apelo narrativo ideal para o público-alvo de leitores.

Publicado pela primeira vez em julho de 2016 na revista “Monthly Morning Two”, o mangá escrito e ilustrado pela mangaká Kamome Shirahama é publicado no Brasil pela Editora Panini desde 2019. O último volume disponível é o livro 7 e a previsão do próximo livro está programada para sair agora em 2021.

Atelier of Witch Hat: saiba mais sobre a história

O mote da narrativa de Atellier of Witch Hat é bem simples: Coco é uma menina que vive com a sua mãe no interior de um vilarejo e sonha em ser bruxa, por isso, conserva com muito cuidado uma varinha de escrita mágica adquirida em um festival num castelo e um caderno com desenhos de runas e círculos mágicos. O grande detalhe é que ela acredita que esses objetos são imitações e desconhece o poder deles até o dia que uma situação inesperada acontece e Coco prejudica uma pessoa que ama.

A partir dessa virada, nada será igual e o leitor é convidado a adentrar um universo sem igual de bruxos, magias, disputas e amizade. A história não é inédita e é uma trajetória até bastante comum dentro da mitologia e da literatura em geral, mas o mundo criado por Kamome Shirahama é coeso, bem construído e encantador.

miolo Atelier of Witch Hat

Todos os detalhes em Atelier of Witch Hat são pensados para completar a história: desde o arco narrativo, até a caracterização física das personagens, como diferenças nos chapéus de bruxo, vestes e até tipos de magia.
A magia ali acontece através de desenhos feitos com a varinha e um nanquim mágico o que traça um paralelo bonito com uma mensagem deixada pela autora na primeira edição:

“Esta história nasceu do comentário de um amigo: “o processo para desenhar uma ilustração se parece com magia, né?”.  Agradeço aos meus amigos de imaginação fértil que colaboraram para criar este mundo. E aos leitores, que também se tornarão parte dele.”

Ou seja, a ideia de que o ato de escrever ou ilustrar possam ser um tipo de magia e de que Coco, uma menina que não nasceu bruxa possa tornar-se uma, traz uma perspectiva bonita nas entrelinhas: ninguém nasce predestinado a isto ou aquilo, todos podem a criar a própria mágica através de um ofício único. O convite é lindo, visto que a saga é considerada ideal para jovens iniciantes na prática da leitura de mangás.

Uma grande pena foi a edição brasileira não ter vindo com todas as páginas coloridas, como no original. O que não é um problema, visto que a maioria dos mangás não são publicados com cor, mas sem dúvidas as cores seriam uma adição ao já incrível traço de Kamome. A autora trabalha também com as ilustrações de HQs da DC Comics como “Mulher-Maravilha” e “Batgirl e as Aves de Rapina” e é famosa por seu traço fino e delicado.

Somado tudo isso, a obra ganha principalmente no quesito acessibilidade à novos leitores.

Não existe edição portuguesa da série, mas é possível comprar online as versões em espanhol e francês.

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